Fui diretor de criação da agência que atendia a Playboy do Brasil. Entre os projetos, desenvolvemos o Prêmio Sexy Hot, uma premiação anual dedicada a reconhecer uma indústria que, apesar de amplamente consumida no país, sempre foi tratada com preconceito e pouca legitimidade. Meu trabalho envolveu conceituar o prêmio, criar sua identidade visual, desenhar o próprio troféu e dirigir o time de criação. Conceitualmente, a ideia foi construir um símbolo que não reforçasse estereótipos, mas traduzisse a essência do encontro: dois triângulos opostos formando uma única figura. Na geometria antiga, o triângulo para cima representa energia ativa; o triângulo para baixo, energia receptiva. Juntos, criam um ícone de complementaridade (não de gênero, mas de relação). Um símbolo simples, direto e contemporâneo o suficiente para atravessar discussões que hoje são mais amplas e fluidas. A cada edição, a identidade visual era totalmente renovada, para explorar diferentes universos com a narrativa erótica, como dentro de um elevador, um cenário inusitado que permitia explorar humor, estética e narrativa. O canal Sexy Hot era, na época, o mais assistido entre todos os títulos da Playboy do Brasil, assim como o pornô brasileiro, então a premiação precisava ter presença e sofisticação. O resultado foi uma cerimônia sólida, reconhecível e com linguagem própria, realizada anualmente em São Paulo. Este registro reúne parte do desenvolvimento visual dessas três edições.